segunda-feira, 1 de abril de 2013

AVALIAÇÃO: PEUGEOT 208 CHEGA COM CARA E DESEMPENHO DE CAMPEÃO



Peugeot 208 (Foto: Fabio Aro )
   lançamento mais importante da Peugeot desde o 206, em 1999. É assim que a montadora francesa anuncia o 208, novo hatch que chega às lojas no próximo dia 13 de abril com preços a partir de R$ 39.990. A postura não é exagero. A marca do leão investiu R$ 800 milhões para viabilizar a produção do compacto no país. O objetivo é abocanhar uma fatia gorda de um segmento extremamente acirrado. De acordo com o diretor de marketing da empresa, Frederico Battaglia, a meta é vender de 2.500 a 3 mil carros por mês. Caso a expectativa se cumpra, o 208 não só será o veículo mais vendido da Peugeot, como também figurará entre os 30 modelos mais vendidos do Brasil.
SAIBA MAIS
O mapa da mina de ouro para a montadora é fazer mais que um feijão e arroz bem feito. O hatchback quer fisgar o motorista por itens como design e "emoção". Com esta proposta em mente, o interior foi revolucionado. O carro traz um painel posicionado acima do volante, que, por sua vez, ficou menor. A montadora diz que um volante convencional da marca mede 370 mm de altura, enquanto o do 208 tem 330 mm. Tudo isso é para garantir mais esportividade, dizem eles. Na prática, o condutor logo se acostuma com o "pequenino" e nem nota tanta diferença no prazer de condução, muito menos se sente dentro do cockpit de um esportivo. A posição do painel ajuda a não desviar tanto os olhos da pista na hora de checar os instrumentos.
A central multimídia, composta por uma tela de sete polegadas sensível ao toque, é outro diferencial. A tecnologia faz tudo o que tem de fazer, ou seja, dá para ouvir rádio, fazer ligações via bluetooth e conectar players de música. Para a galera old school, a má notícia é que o aparelho não permite a inserção de CD. A cereja do bolo é o sistema de navegação GPS integrado, que traz mapas também dos demais países da América Latina.
O material de acabamento é coisa fina e as peças estão bem encaixadas. Nada mais justo para um carro que carrega o título de premium. Para completar o quesito "emoção", há um grande teto panorâmico, que se estende até parte dos bancos traseiros.
Peugeot 208 (Foto: Fabio Aro)
Impacto no Bolso
A central multimídia e o teto panorâmico não estão disponíveis na versão de entrada, Active. Esta configuração sai por R$ 39.990 e traz, de série, freios ABS, airbag duplo frontal, vidros, travas e direção elétricas,ar-condicionado, lanternas de LED e computador de bordo. O acabamento é inferior, sem alguns elementos cromados, por exemplo. O motor é 1.5 de 93 cv de potência a 5.500 giros e torque de 14,2 kgfm a 3 mil rpm.
Visando o custo benefício, que é outro chamariz da Peugeot para o compacto, a versão básica acaba não valendo tanto a pena. É negócio gastar um pouco mais e partir para a intermediária, Allure, de mesmo motor, que sai por R$ 45.990. Ela acrescenta o teto panorâmico e o sistema multimídia, rodas de liga-leve, faróis de neblina e retrovisores elétricos. A expectativa é que esta versão corresponda a 50% das vendas. O restante será dividido igualmente entre a versão básica e top.
Griffe é o nome da versão topo de linha. Ela tem preço sugerido de R$ 50.690 e é um espetáculo. Sob o capô, o modelo traz um bloco 1.6 de 122 cv de potência a 5.800 rpm e torque máximo de 16,4 kgfm a 4 mil giros. A versão vem com ar-condicionado digital e bi-zone (dá para regular temperaturas diferentes nas saídas de ar para motorista e passageiro), sensor de estacionamento, rodas de liga de 16 polegadas e alarme. Com o câmbio automático de quatro marchas, o valor cresce para R$ 54.690.
Peugeot 208 (Foto: Fabio Aro)
Notou como os preços se aproximam muito dos valores sugeridos para o Citroën C3? Com um desenho externo bem mais interessante que o rival e um pacote gordo de equipamentos, o 208 certamente vai incomodar o primo mais velho.
A guerra está declarada também contra o Fiat Punto, Chevrolet Sonic e, claro, o Ford New Fiesta nacional, primeiro nome que vem à boca de um representante da marca quando questionado sobre a identidade dos concorrentes. É bom a Hyundai abrir o olho. Em sua versão topo de linha, o HB20 fica na mira do Peugeot.
Ao volante
Aceleramos o 208 em um circuito de pouco mais de 100 km, a bordo da versão Griffe, com motor 1.6, e da Allure, intermediária de motor 1.5. A sensação é muito mais de surpresa com o bloco 1.5 do que de satisfação com um 1.6. Os propulsores estão separados por 29 cavalos e um torque levemente mais alto de vantagem para o motor mais potente. Na pista, ambos andam muito bem. O carro não vacila, impõe certa robustez e não pede troca de marchas a todo momento. As retomadas de velocidade, como esperado, são melhores no 1.6.
Peugeot 208 (Foto: Fabio Aro)
Nenhum dos motores é mestre em agilidade, mas são muito honestos. A decisão do motorista sobre qual levar deve se basear principalmente no tipo de uso que pretende fazer com o veículo.
Já na estrada, pequenos detalhes tornam a condução bastante confortável. Os retrovisores, por exemplo, garantem boa visibilidade para trocar de faixa e ultrapassar com segurança. Em dias de extremo calor, o ar-condicionado climatiza bem o ambiente e, vale ressaltar, não exala nenhum mau cheiro. O isolamento acústico na cabine permite curtir ao máximo o som do sistema multimídia. Os bancos não cansam o corpo e há espaço para as pernas, mesmo quem viaja atrás vai confortável. De acordo com a Peugeot, o 208 tem o maior entre-eixos do segmento: 2,54 m. Para efeitos de comparação, o 207 tem 2,44 m e o rival New Fiesta tem 2,48 m.
O câmbio manual de cinco marchas tem engates fáceis e longos. A suspensão é muito bem acertada. O carro consegue ser firme sem abdicar do conforto, além de garantir estabilidade nas curvas em alta velocidade. A direção elétrica é uma delícia. O bacana é que ela é progressiva, vai ficando mais firme conforme o ponteiro do velocímetro sobe, ou seja, consegue dosar conforto e segurança na medida certa. Os freios não são sensíveis em excesso e respondem bem em frenagens bruscas.
Por dentro, por fora e em ação, o Peugeot 208 confirma que está pronto para fazer barulho no mercado.

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